CORRELAÇÃO DE ANATOMOPATOLÓGICO COM HIPÓTESE PRÉ-OPERATÓRIA DE TUMORES CEREBRAIS

CORRELAÇÃO DE ANATOMOPATOLÓGICO COM HIPÓTESE PRÉ-OPERATÓRIA DE TUMORES CEREBRAIS

Introdução

Pacientes com Tumores cerebrais possuem sobrevida em torno de 33% em cinco anos na ausência de tratamento. São a terceira causa de morte por doença oncológica entre os 20 e 39 anos nos EUA. O diagnóstico pré-operatório é resultado de uma série de informações avaliadas e faz-se imperativo para a execução de um plano terapêutico adequado ao comportamento tumoral.

Objetivos

Realizar uma analise retrospectiva e avaliar as diferenças diagnósticas entre as hipóteses pré-operatórios baseadas em exame de neuroimagem com o diagnóstico definitivo das mesmas por meio de anatomopatológico e imuno-histoquímica (quando indicada).

Metodologia

O presente estudo consistiu em uma análise retrospectiva de prontuários de uma série de pacientes submetidos a procedimentos neurocirúrgicos (entre abordagem craniana, endoscópica ou biopsia estereotáxica) devido lesões expansivas intracranianas entre 01 de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2016.

Resultados

Dos 669 casos avaliados; encontramos 114 (17%) que tinham discordância entre o diagnóstico pré-operatório registrado em prontuário e o obtido pelo anatomopatológico. Os principais erros diagnósticos foram lesões classificadas como: gliomas de alto grau (n=19), metástase (n=19), glioma de baixo grau (n=18), meningioma (n=13), Ependimoma (n=7), infecto-inflamatório (n=7). A média de idade dos pacientes com discordância foi 39 anos enquanto de todos os casos foi de 49 anos. O Sexo masculino teve discreto predomínio (53%) no grupo com divergência. Em 73% dos erros aconteceram em lesões supratentoriais (excluindo as da região selar), 11% eram lesões infratentoriais e 10% da região selar. O internamento pela emergência teve um predomínio de 93% (na totalidade dos casos: 83%). Um total de 46 (40%) foram submetidos à nova internação no período avaliado (na totalidade de casos: 43%) e 21 (20%) tiveram que ser re-operados (na totalidade de casos: 30%).  Foram a óbito durante o internamento 11% dos pacientes com falha no diagnóstico pré-operatório, e 10% de todos os pacientes observados.

Conclusão

O diagnóstico pré-operatório registrado em prontuário teve alta correlação (83%) com o histopatológico em nossa amostragem. O grupo com divergência diagnóstica tinha predomínio de pacientes do Sexo Masculino e uma média de idade 10 anos mais baixa que a da população total. Observamos uma alta taxa de re-internação, mas que foi semelhante à população total estudada e apesar disso tiveram um menor índice de re-operação.