
Introdução
Um aneurisma cerebral é uma dilatação anormal na parede enfraquecida de uma artéria no cérebro, formando uma espécie de “bolha” que cresce lentamente devido à pressão sanguínea. Estudos estimam que cerca de 3,2% dos adultos no mundo tenham um aneurisma cerebral, sendo mais comum em mulheres acima dos 40 anos. Além disso, os principais riscos incluem a ruptura, que provoca hemorragia subaracnóidea (HSA), ou a compressão de estruturas cerebrais, podendo levar a sintomas graves ou até a morte.
Por exemplo, fatores como hipertensão, tabagismo, consumo excessivo de álcool, histórico familiar e condições genéticas, como doença renal policística autossômica dominante, aumentam a chance de formação. Pequenos aneurismas costumam permanecer assintomáticos até romperem, enquanto os maiores podem pressionar áreas do cérebro, gerando sintomas variados, como dor acima do olho, visão dupla ou dormência facial, dependendo da localização.
Diagnóstico
Os aneurismas cerebrais dividem-se em duas categorias principais: não rotos e rotos.
- Aneurisma Não Roto: Geralmente assintomático, exames de imagem podem revelá-lo incidentalmente ou durante triagem em pessoas de alto risco, como aquelas com dois ou mais parentes de primeiro grau com histórico de HSA. Quando cresce, ele pode causar sintomas como visão turva, pupila dilatada ou fraqueza facial devido à compressão cerebral. O momento ideal para tratar ocorre antes da ruptura, reduzindo complicações.
- Aneurisma Roto: Conhecido como hemorragia subaracnóidea (HSA), representa uma emergência médica que exige internação imediata em UTI. O sintoma clássico é a “pior dor de cabeça da vida” (cefaleia thunderclap), que vem acompanhada de náuseas, vômitos, rigidez na nuca, perda de consciência, pálpebra caída, visão turva, convulsões ou confusão. Sem tratamento rápido, o risco de re-sangramento aumenta, trazendo mortalidade significativa.
Exames Complementares
O diagnóstico começa com uma tomografia computadorizada (TC) de crânio para identificar sangramento. Caso a TC apresente resultado negativo, mas haja suspeita de HSA, médicos podem realizar uma punção lombar para detectar sangue no líquido cefalorraquidiano. Além disso, para confirmar o aneurisma e planejar o tratamento, os exames vasculares incluem:
- Angio-Tomografia: Não invasiva, rápida e amplamente disponível.
- Angio-Ressonância Magnética: Útil para visualizar detalhes sem radiação.
- Arteriografia Digital Subtrativa: Padrão-ouro, oferece imagens precisas dos vasos por cateterismo.
Portanto, a escolha do exame depende da condição do paciente e da urgência do caso.
Tratamento
O objetivo é alcançar a oclusão completa do aneurisma para prevenir ruptura ou re-sangramento. Assim, existem três abordagens principais:
- Microcirurgia (Clipagem)
Um neurocirurgião experiente realiza a microcirurgia, que envolve craniotomia, dissecção dos vasos e colocação de um clipe de titânio na base do aneurisma. Médicos preferem essa abordagem para pacientes jovens com longa expectativa de vida, pois ela garante oclusão permanente em mais de 90% dos casos. No entanto, devido à sua natureza mais invasiva e ao maior tempo de recuperação, médicos indicam essa técnica em centros com alto volume de procedimentos. - Cirurgia Endovascular (Coiling)
Médicos inserem um cateter pela artéria femoral até o cérebro e utilizam micro-molas para embolizar o aneurisma, induzindo coagulação. Comparada à clipagem, essa técnica é menos invasiva, oferece recuperação rápida e tem eficácia semelhante, mas apresenta risco de recanalização (20-40%), podendo exigir re-tratamento. Ela se mostra ideal para aneurismas de difícil acesso ou pacientes com condições delicadas. - Flow Diversion
Médicos aplicam essa técnica endovascular mais recente em aneurismas grandes ou de pescoço largo. Ela utiliza dispositivos (stents de desvio de fluxo) para redirecionar o sangue, promovendo oclusão gradual do aneurisma. Embora menos invasiva, exige monitoramento a longo prazo devido ao risco de complicações tardias.
A decisão entre essas opções considera fatores como tamanho (>5 mm eleva o risco), localização (circulação posterior é mais perigosa), idade, saúde geral do paciente e expertise do centro médico. Por exemplo, para aneurismas não rotos, médicos avaliam a necessidade de cirurgia considerando o risco natural da doença; já para aneurismas rotos, eles realizam o tratamento urgentemente para evitar complicações fatais.
Controlar a pressão arterial, parar de fumar e manter um estilo de vida saudável podem reduzir o risco de formação ou ruptura de aneurismas.
Conclusão
Um aneurisma cerebral, quando identificado e tratado adequadamente, pode evitar desfechos trágicos. Seja por microcirurgia, coiling ou flow diversion, o Dr. Enrico Pinheiro oferece opções modernas e personalizadas para proteger sua saúde. Portanto, não ignore sinais como dores de cabeça súbitas ou sintomas neurológicos – procure um especialista e viva com tranquilidade.